terça-feira, fevereiro 01, 2005

Arquitectura 1


Casa Pacheco de Melo, Açores 2003


Esta história já foi contada, não por mim, mas pelo Lourenço. Eu era também um dos que foi lá bater à porta e da minha visita, partilho apenas duas imagens e uma série de sentimentos, que por serem meus não devem ser levados a sério.
Marcou-me essencialmente a simplicidade com que volumétricamente a casa se destaca. Como um só elemento criativo (o escritório) tem a capacidade de enriquecer todo o conjunto.
A casa, por vontade do dono, vira costas ao mar. Grandes planos horizontais, cegos, marcam essa orientação. Mas há depois ali, um grito de revolta. O volume do escritório, marcadamente vertical, e com uma alegria e dinâmica que não se encontra no resto da casa, projecta-se para o mar, como que a dizer que é ele que interessa e não as pastagens açorianas. A energia do mar e o seu chamamento são tão fortes que a casa se deforma para o poder olhar.
Tudo fica claro quando o dono me diz que o arquitecto Pedro Maurício Borges é surfista.